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Mato Grosso do Sul amplia valor da produção mineral que atinge R$ 11,8 bilhões em quatro anos

A expansão do setor de mineração em Mato Grosso do Sul está refletindo em crescimento no Valor da Produção Mineral (VPM). Entre 2020 e 2024, o Estado registrou avanços expressivos em várias frentes da mineração, destacando-se pela produção e beneficiamento de minérios como também a produção de água mineral. Com isso o VPM acumulado é de R$ 11,2 bilhões em quatro anos.

Somente a produção bruta de minerais no Estado alcançou a marca de R$ 334,48 milhões em receitas. Este valor representa a extração inicial dos recursos minerais, antes de qualquer processo de beneficiamento. De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o crescimento nesta área é um indicativo da riqueza mineral presente no solo sul-mato-grossense e da capacidade de extração eficiente das empresas atuantes na região.

“O beneficiamento, que envolve o processamento e a purificação dos minerais extraídos, atingiu um valor impressionante de R$ 11,21 bilhões. Este número não apenas destaca a importância do setor de mineração para a economia do estado, mas também evidencia o avanço tecnológico e a eficiência dos processos industriais implementados nos últimos anos”, enfatizou o titular da Semadesc.

Outro destaque é a produção de água mineral, que somou R$ 143,25 milhões no mesmo período em MS. “A água mineral de Mato Grosso do Sul é reconhecida pela sua qualidade e pureza, e o aumento na produção reflete a crescente demanda por este recurso natural tanto no mercado interno quanto no externo”, acrescentou.

Mineradora no Morro de Santa Cruz investe em sistemas de lavagem a seco, com a planta de filtragem (foto) para reduzir uso de água e operar com sustentabilidade

Arrecadação também avançou

Em 2023, Mato Grosso do Sul foi o 7° estado da Federação em arrecadação, totalizando R$ 80.427.301,81 em royalties da mineração. Os principais municípios produtores de minério, que mais contribuíram com a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) foram: Corumbá com R$ 223.756.741,00; Ladário com R$ 42.134.118,00; Bela Vista com R$ 20.472.025,00; Bodoquena com R$ 6.098.141,00; Miranda com R$ 4.392.392,00; Terenos com R$ 3.202,578,00 e Bonito com R$ 3.117.244,00.

Em Corumbá e Ladário se destacam as Empresa MCR Mineração S.A (Lhg Mining), 3 A Mining, Vetorial S.A, MPP Mineração, Votorantim Cimentos, especialmente pela produção de minério de ferro, manganês, calcários, argilas, areias, cascalhos e rochas ornamentais, sendo estes os municípios os mais maiores contribuintes para a arrecadação de CFEM no Estado.

De acordo com o coordenador de Mineração da Semadesc, Eduardo Pereira, o setor de mineração de Mato Grosso do Sul está em uma trajetória ascendente. “As perspectivas para os próximos anos são promissoras, com expectativas de novos investimentos, avanços tecnológicos e expansão das operações. Este crescimento contínuo não só fortalece a economia local, mas também posiciona Mato Grosso do Sul como um importante player no cenário nacional de mineração, nos próximos anos estaremos entre os cinco maiores estados mineradores do Brasil”, reitera.

Ele destaca que o período de 2020 a 2024 foi marcado por um crescimento robusto e sustentável no setor de mineração de Mato Grosso do Sul. “Com valores expressivos de produção bruta, beneficiamento e produção de água mineral, o estado demonstra seu potencial e capacidade de se destacar no mercado mineral brasileiro. A continuidade deste desenvolvimento dependerá de políticas públicas favoráveis, investimentos contínuos e inovação tecnológica, garantindo assim um futuro próspero para a mineração sul-mato-grossense”, afirmou.

Minério de Ferro e Manganês

Uma destas empresas que está fazendo investimentos robustos no Estado é a Lhg Mining que conta com 3.500 colaboradores. O diretor de sustentabilidade e Meio Ambiente da empresa, Rodrigo Dutra informou que com as operações otimizadas em minério de ferro e minério de manganês, a empresa chega ao mercado com competitividade para investir no setor minerador e gerar empregos.

A mineradora possui as minas de Santa Cruz e Urucum, nos municípios de Corumbá e Ladário, com vastas reservas de minério de ferro de alto teor e manganês.

Em 2023, a produção de manganês atingiu 450 mil toneladas na mina Urucum e poderá repetir a mesma quantidade de 450 mil toneladas neste ano (2024). Para o ano de 2025 está prevista a produção de 1.000 milhão de toneladas de manganês de alto teor. Cerca de 80% do minério de manganês extraído é granulado, com teor de 42%, muito raro em todo o mundo, sendo usado na produção de aço-liga e aquecimento de altos fornos.

Além disso, a empresa está implementando a tecnologia de filtragem e empilhamento a seco, que envolve a extração do excesso de água dos rejeitos de mineração, formando um material seco que pode ser empilhado de maneira segura. Esta tecnologia elimina a necessidade de grandes barragens de rejeitos, reduzindo o risco de acidentes.

A meta da mineradora é elevar a produção dos atuais 4,5 milhões de toneladas para 8 milhões até o final deste ano. Para 2025, a estimativa é alcançar 20 milhões de toneladas, dependendo das rotas de escoamento, especialmente os modais ferroviário e hidroviário.

Os principais destinos da produção do Mato Grosso do Sul em 2023 e 2024, foram os mercados interno do Brasil, Europa e China, com agilidade operacional e custos competitivos.

Perspectivas

Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o setor mineral brasileiro deve investir US$ 64,5 bilhões entre 2024 e 2028. A indústria da mineração pretende aumentar em 62,7% os investimentos em projetos socioambientais, representando 16,6% dos investimentos setoriais previstos até 2028, ou US$ 10,7 bilhões. Os projetos de minério de ferro devem receber os maiores aportes, com cerca de US$ 17 bilhões até 2028, além de investimentos em minerais críticos para a transição energética, como terras raras e lítio.

Em Mato Grosso do Sul, as perspectivas do setor também são positivas segundo a Semadesc. “Mato Grosso do Sul, com suas vastas reservas de manganês e ferro, Calcários Calcíticos e Dolomíticos, como também uma das maiores reservas de rochas basálticas do Brasil, a Formação Serra Geral, também está focado na diversificação mineral”, salienta Eduardo Pereira.

Entre os projetos estão a reativação da MS Mineral (Empresa de Mineração do Estado). “A Empresa de Gestão de Recursos Minerais – MS Mineral, é a empresa de pesquisa e desenvolvimento do estado do Mato Grosso do Sul. Ela é a indutora destes processos no setor mineral, sua atuação é centrada na ampliação e aprimoramento do conhecimento geológico do território estadual, na identificação e pesquisa de seus recursos minerais e no fomento ao seu aproveitamento, atraindo, para este fim, a iniciativa privada”. Esclarece Pereira.

O Governo também aposta em pesquisas de novas áreas minerais. “O Estado estará investindo na pesquisa e conhecimento geológico, como também o registro mineral destas jazidas, exploração de novas jazidas de minerais estratégicos, como terras raras e lítio, para atender à crescente demanda por tecnologias verdes”, acrescenta o secretário Jaime Verruck.

A infraestrutura logística também é citada pelo titular da Semadesc. “O Estado pretender fazer a revitalização da ferrovia Malha Oeste e a melhoria da navegabilidade da hidrovia do rio Paraguai, facilitando o escoamento de novos minerais explorados”, destacou.

O setor deve ampliar os investimentos em sustentabilidade com projetos socioambientais para garantir que a expansão da mineração ocorra de forma sustentável e responsável.

Rosana Siqueira, Comunicação Semadesc
Foto de capa: Bruno Rezende
Interna: Divulgação