Número de incêndios florestais em SP tem queda de 41% em junho
O Estado de São Paulo registrou em junho queda de 41% em focos de incêndios florestais em áreas protegidas e unidades de conservação na comparação com o mês anterior.
De acordo com a Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB) da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), foram 27 incêndios registrados no último mês, ante 46 em maio.
Para intensificar as ações de combate e prevenção de queimadas durante o período mais seco do ano, o governo paulista começou no início de junho a fase vermelha da Operação SP Sem Fogo.
Em relação ao volume do fogo, os incêndios florestais no mês de junho atingiram 597 hectares, contando o interior e o entorno de áreas protegidas. O número é 5% menor do registrado em maio, quando 628 hectares foram atingidos pelas queimadas. Na comparação com junho de 2023, a área atingida é quatro vezes maior.
No acumulado do ano, o monitoramento do Governo de São Paulo aponta para 93 registros de incêndios em unidades de conservação. Entre janeiro e junho de 2023, foram 38 ocorrências. O aumento em 2024, portanto, é de 145%. A área atingida pelo fogo nos seis primeiros meses do ano é de 1,3 mil hectares, ante 155 no mesmo período de 2023.
Os dados são baseados nos boletins de ocorrência de incêndio florestal registrados pelas Unidades de Conservação e Áreas Protegidas do estado de São Paulo, no âmbito da Operação SP Sem Fogo, via Sistema de Proteção Ambiental Integrada (SIPAI).
Já o Corpo de Bombeiros de São Paulo registrou em junho 7.345 ocorrências de incêndio em vegetação no estado. O número contempla situações em que a corporação foi acionada e atuou. As queimadas podem ser em plantações, áreas de conservação, terrenos particulares e acostamento de rodovias.
O subsecretário de Meio Ambiente, Jônatas Trindade, avalia que a redução verificada na fase vermelha, na qual há maior atenção de resposta e intensifica-se a fiscalização, é fruto do trabalho conjunto dos órgãos envolvidos na SP Sem Fogo. “Trata-se de um esforço coletivo, com a participação dos órgãos envolvidos. A ideia é de manter o aperfeiçoamento ao longo do tempo, apesar das intempéries do clima, que dificultam o árduo trabalho, principalmente de quem está na ponta do combate ao incêndio”, afirma.
Risco de Incêndio
De acordo com a Defesa Civil, a atual estiagem apresenta mais riscos de incêndios florestais em relação aos anos anteriores, devido às condições climáticas de baixa umidade do ar e tempo seco.
“O estado de São Paulo possui um outono e inverno com climatologia de tempo mais seco, com tendência para que a Umidade Relativa do Ar diminua significativamente, atingindo níveis mais críticos diariamente, ou seja, valores abaixo dos 30% em praticamente todas as áreas monitoradas”, explica Willian Minhoto, Meteorologista da Defesa Civil.
O mês de junho de 2024 foi um dos mais secos da história de São Paulo, segundo levantamento do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil estadual (CGE).
Os dados disponíveis apontam que, desde 1961, a capital não registrava temperaturas máximas tão elevadas para o mês, com medição em 28,8°C, acima da média histórica de 22,6°C. Em junho, também não houve registro de chuva na capital, o que não ocorria desde 1998.
Enquanto na capital e Região Metropolitana as temperaturas ficaram cerca de 25% acima da média histórica, na região do Vale do Paraíba e Presidente Prudente as temperaturas máximas ficaram quase 50% acima da média.
Neste período de estiagem, o Centro de Gerenciamento de Emergências funciona 24 horas por dia monitorando os riscos para queimadas. Uma das ferramentas é o Mapa de Risco de Incêndio, que utiliza algoritmos que cruzam dados como umidade relativa do ar, temperatura, velocidade do vento e previsão de chuva, classificando as regiões com maior probabilidade de queimadas por meio de uma escala de cores.
Prevenção contra incêndios
Diariamente, o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) da Defesa Civil estadual encaminha o Mapa de Risco de Incêndio para todas as Coordenadorias Municipais. Aquelas inseridas em uma área com risco mais elevado recebem um indicativo de alerta.
Deste modo, são adotadas medidas de prevenção como vistorias nas áreas mais suscetíveis às queimadas, construção de aceiros e intensificação das campanhas de conscientização junto à população.
“Neste mês o clima foi bastante desafiador. Há muitos anos não víamos uma estiagem tão severa. Por isso, colocamos todo o Sistema Estadual de Defesa Civil de prontidão. Nossos agentes municipais recebiam nosso Mapa de Risco de Incêndio e imediatamente já colocavam o time em campo para vistoriar as áreas mais críticas. Também atuamos firmemente no combate aos pequenos focos de incêndio. Afinal, todo grande incêndio começa com um pequeno foco”, destacou o Coronel Henguel Pereira, Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil.
Os incêndios florestais são mais frequentes em áreas naturais, mas ocorrem também em terras cultivadas e particulares, provocando impactos ambientais negativos aos biomas e ecossistemas. A maior parte é gerada por descuido humano, negligência e atividades ilegais.
Para prevenir incêndios em vegetação, a população deve seguir algumas medidas: não colocar fogo em áreas de vegetação seca, não jogar bitucas de cigarro em beiras de rodovias, não realizar a limpeza da área rural utilizando técnicas com fogo, não queimar lixo e não soltar balão.
Ao avistar fumaça suspeita ou fogo de incêndio em mata, informe imediatamente o Corpo de Bombeiros (193).
Operação SP Sem Fogo
Desde o início de junho, a Operação SP Sem Fogo deu início à fase vermelha. A ação intensifica os trabalhos para prevenir e combater focos de incêndio em áreas de mata durante o período mais seco do ano, que vai de junho a outubro.
A operação é uma parceria entre as Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), por meio da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade (CFB), Segurança Pública e Defesa Civil do Estado. Além disso, conta com iniciativas e investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fundação Florestal (FF), e Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA).