O autor de Náusea (1938), Jean Paul Sartre completaria 100 anos caso estivesse vivo. Sartre foi um dos primeiros filósofos a debater o dogmatismo marxista, sem defender o capitalismo, mas sim por acreditar que a liberdade humana está acima de todas e quaisquer questões.
O autor de Náusea (1938), Jean Paul Sartre completaria 100 anos caso estivesse vivo. Sartre foi um dos primeiros filósofos a debater o dogmatismo marxista, sem defender o capitalismo, mas sim por acreditar que a liberdade humana está acima de todas e quaisquer questões. “Ser livre é uma falta de opção”, já diria Sartre.
E nós, pequenas centelhas sem razão de ser e jogadas ao acaso, construímos aos poucos uma teia de sensações, educação e conceitos, que nos amarra e seduz, ao momento em que cria uma sociedade hierarquizada, dogmática e encarcerada pelo que ela mesma cria. Sartre disseca o mito de Deus e do que fizeram dele, reflete o homem em um espelho cru, onde se cria um deus, um mito, uma ilusão, a nossa imagem e semelhança.
Em contrapartida, Jean Paul Sartre afirma, de forma categórica e precisa: “O inferno são os outros”. Evidente. Abandonamos nossa liberdade, nosso individualismo em virtude de todos aqueles conceitos criados e recriados pela idéia de um coletivo, seja o capitalismo, o socialismo, ou qualquer religião. O todo dentro da parte, suprimindo a existência individual. Sartre mostrou nossa condenação: A liberdade.
Estamos condenados a ser livres e não suportamos essa pena. Por isso nos embebedamos dos males da Industria Cultural sob a faceta do entretenimento. Sartre mostrou que não se trata de estarmos alienados, mas sim de estarmos entregues a um inferno “entre quatro paredes”. Somos apenas existência, o aqui e o agora.
Nosso sentido é a vida. Nosso objetivo é seguir em frente. Nossa liberdade é não ter nada, nem antes, nem depois. Sartre acabou com a morte. Ninguém morre, se “nadifica”, vira um nada, perde o seu próprio “ser”, sua força enquanto sujeito. O individualismo, a liberdade.
Ler Sartre é abandonar os grilhões dos sentidos criados por religiões e pela educação maniqueísta social e dar de cara com a dor de ser livre. Encarar o vazio de si mesmo, sem sedativos. Sartre ainda paira entre nós, quanto mais nos globalizamos. É o reflexo contrário!